Análise do poema SONETO (teu riso esplêndido sonata) de Augusto dos Anjos (interpretação elaborada por Ana Paula Borges)


A breve análise do poema “Soneto” de Augusto dos Anjos é um olhar meu, atento à beleza destes versos, pensando docemente nas possíveis sugestões que as palavras revelam no texto. Não é uma interpretação muito técnica (posso um dia aperfeiçoá-la). Segue o poema para ser lido antes da minha visão :

O poema “Soneto” de Augusto dos Anjos é repleto de características simbolistas. Verifica-se, ao longo do texto, a associação da sinestesia, da musicalidade e dos sonhos com a subjetividade do eu lírico.

O eu lírico "vê", “sente” e "ouve" o riso da pessoa amada. É um riso que será cantado em forma de sonata, repleto de movimentos. Quais seriam as sensações provocadas no outro ao entrar em contato com esse riso?


Não é um riso comum. Ele é sobrenatural, já que existem anjos ali, encantados… O som que se ouve ao ver esse riso é doce, semelhante à prata soando e à vibração de mil cristais que se quebram. Faz estremecer, pulsa, palpita...

É um riso sobrenatural por ser bendito... Ele desprende, desata o nó dos apaixonados, provoca reações... Sugere que apreciar o riso da pessoa amada é tão suave como uma lira que, ao ouvi-la, poeticamente vai revelando sons dos próprios sonhos antigos que ele já sonhou um dia... Esse riso canta como um passarinho, leve e veloz ao mesmo tempo... A exclamação após a palavra “volata” indica forte emoção.


Essa situação vivida é como a aurora, uma coloração rosada que se assemelha a do amanhecer... O eu lírico enrubesce, ele nasce e renasce... os dias dele são claros, luminosos e risonhos por viver essa experiência. Ao beijar a pessoa amada, o eu lírico “sente” o riso dela e sonhos são avivados dentro dele...

É como se houvesse um desfalecimento, os sentidos e a razão fossem perdidos... Ele sente que toda a sua alma irá ao encontro dos beijos da amada e o coração dele palpita de alegria e emoção.


O riso musical metaforicamente produzido nesse poema primeiramente expõe algo (descreve o riso da amada), depois há um desenvolvimento, uma chamada para a ação (o ímpeto do eu lírico para agir) e, por fim, a catarse que é a consumação (um beijo que transcende).

Ao longo dessa “sonata” percebemos movimentos lentos, leves, graciosos, encantadores, líricos, enlouquecidos, brilhantes e velozes.

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