Não, eu não tenho foto minha desse dia! Imagine uma pessoa inchada ao extremo, nariz descaracterizado de tão inchado, pés enormes tentando se encaixar em uma rasteirinha dois números a mais do que o meu pé... Pés rachados que se arrastavam no chão. Eu usava um vestido floral verde indiano bem soltinho (tenho essa belezura até hoje), cabelos soltos, um batonzinho para não ficar tão pálida. Estava feliz e ansiosa ao mesmo tempo. Mas muito cansada, extremamente cansada, contando os segundos para parir porque o corpo, nas semanas finais da gestação, pesa muito e não é possível mais descansar a essa altura do campeonato. A minha barriga estava prestes a explodir... Era uma terça-feira do dia 23 de outubro. O obstetra havia dito que o Igor nasceria no dia 22/10 mas eu não sentia nada. Por que ficar esperando? Algumas mulheres não sentem nada! (ainda mais eu que estava meio sedentária... a flexibilidade acaba ficando comprometida) Já havia ido ao hospital duas vezes, em dias anteriores, e estava com apenas um dedo de dilatação e o Igor bem quentinho no útero, despreocupado e sem pressa de vir ao mundo.
A casa estava limpa. Havíamos providenciado a limpeza para receber o bebê e depois descansar. Era hora de ir... Peguei a malinha azul - doce mala que preparei semanas antes - com roupinhas cheirosas, passadas, dobradas com muito amor e colocadas em saquinhos como kits. Não lembro com exatidão todos os itens que estavam lá. Não tirei foto! Que pena! Grávidas nessa fase estão muito exaustas... Os detalhes acabam escapando, não tem jeito! Ah, também peguei a minha malinha preta de rodinhas com os meus itens. Era uma tarde quente, gostosa... Chegamos umas 09h30 da manhã na maternidade. Esperamos um pouco e logo fomos atendidos. Minha pressão estava 14.9. Levei um susto porque minha pressão, durante a gestação era 12.8 ou 13.8 sempre. O médico disse que a melhor opção seria a cesariana. "Ok", pensei. Meu lado emocional estava preparado para o parto normal, tanto que assisti alguns partos via youtube para ter uma noção de como seria.
Após ser examinada e assinar a papelada (concordando com as informações acerca da cesariana), tive que ficar de seis a oito horas em jejum, esperando o momento do parto e fizeram um exame específico para saberem se o bebê estava bem. Colocaram um acesso na minha mão esquerda (eu receberia o medicamentos por meio dele durante toda a minha internação). Meu esposo e eu estávamos ansiosos. Não lembro os detalhes do que fizemos nessas horas todas porque faz tempo e a ansiedade era grande. Minha barriga roncava de fome e eu não podia comer nada. Minha cabeça estava um turbilhão com milhares de pensamentos indo e vindo: Como seria o rosto do Igor?, Qual seria o som do choro na hora do nascimento?, Será que o parto seria tranquilo?, Qual seria a reação do meu esposo ao ver o bebê saindo da minha barriga?, E a minha reação quando o médico aproximasse o bebê coladinho ao meu rosto?
Chegou o momento tão esperado! A enfermeira pediu para eu subir até a sala de parto para os preparativos. Subi e meu esposo ficou esperando lá fora por alguns minutos. Enquanto a enfermeira me arrumava, eu segurava o choro porque a emoção era muito forte. Eu não queria chorar compulsivamente ali, por isso me controlei. Era um misto de alegria e preocupação. Difícil de explicar em palavras. Alegria porque ter um filho é uma benção e preocupação porque eu estaria em cima de uma mesa de cirurgia e fiquei com medo. Nossa, em poucos minutos eu escutaria o choro delicioso do meu filho. Inacreditável!
Fui colocada na mesa de cirurgia e a enfermeira chamou o meu esposo para assistir o parto. "Proibido filmar ou tirar fotos durante o parto", nos disseram. Fui anestesiada e colocaram uma sonda na minha bexiga. Os cortes começaram e eu tentei não imaginar "sangue" para não ficar apavorada. Tentei me concentrar na chegada do bebê, no choro que estava para vir. Meu esposo estava ansioso também. Um momento mágico para nós dois. Único. Especial. Sem palavras.
De repente o choro. A chegada linda e tão minha de mãe; doce e tão dele de pai. Nosso momento: meu e do meu esposo. Era a chegada do meu príncipe amado. A obstetra, no momento em que pegou o bebê, disse:
- O pai é loiro? (depois ela observou melhor e viu que era ruivo e não loiro)
Nesse momento, eu não aguentava mais de ansiedade para ver meu pequenino. Pensei "Deve ser bem branquinho e cabeludo". Então colocaram aquela riqueza ao meu lado só para eu vê-lo e para que ele me conhecesse. As lágrimas caiam. Que emoção! Lindo demais, chorava tanto! Vi que ele tinha poucos cabelos e não era cabeludo como eu imaginava durante a gestação. Achei demais meu bebê ser quase carequinha. Que fofo! Que surpresa! Ficamos menos de 1 minuto ali nos conhecendo (não deixaram meu esposo tirar foto na sala de cirurgia) A enfermeira o levou para pesar e limpar. Que emoção! Meu esposo foi junto com a enfermeira para tirar uma foto do filhote (nesse momento liberaram a foto). Chorão e coradinho, não nasceu inchado nem roxo e não tinha rosto de joelho. As enfermeiras ficaram extremamente apaixonadas por ele. Meu esposo, papai coruja, ficou encantado pelo nosso filho e logo quis compartilhar a novidade no facebook, postando um pequeno vídeo do bebê chorando (e como chorava!)
Após ser examinada e assinar a papelada (concordando com as informações acerca da cesariana), tive que ficar de seis a oito horas em jejum, esperando o momento do parto e fizeram um exame específico para saberem se o bebê estava bem. Colocaram um acesso na minha mão esquerda (eu receberia o medicamentos por meio dele durante toda a minha internação). Meu esposo e eu estávamos ansiosos. Não lembro os detalhes do que fizemos nessas horas todas porque faz tempo e a ansiedade era grande. Minha barriga roncava de fome e eu não podia comer nada. Minha cabeça estava um turbilhão com milhares de pensamentos indo e vindo: Como seria o rosto do Igor?, Qual seria o som do choro na hora do nascimento?, Será que o parto seria tranquilo?, Qual seria a reação do meu esposo ao ver o bebê saindo da minha barriga?, E a minha reação quando o médico aproximasse o bebê coladinho ao meu rosto?
Chegou o momento tão esperado! A enfermeira pediu para eu subir até a sala de parto para os preparativos. Subi e meu esposo ficou esperando lá fora por alguns minutos. Enquanto a enfermeira me arrumava, eu segurava o choro porque a emoção era muito forte. Eu não queria chorar compulsivamente ali, por isso me controlei. Era um misto de alegria e preocupação. Difícil de explicar em palavras. Alegria porque ter um filho é uma benção e preocupação porque eu estaria em cima de uma mesa de cirurgia e fiquei com medo. Nossa, em poucos minutos eu escutaria o choro delicioso do meu filho. Inacreditável!
Fui colocada na mesa de cirurgia e a enfermeira chamou o meu esposo para assistir o parto. "Proibido filmar ou tirar fotos durante o parto", nos disseram. Fui anestesiada e colocaram uma sonda na minha bexiga. Os cortes começaram e eu tentei não imaginar "sangue" para não ficar apavorada. Tentei me concentrar na chegada do bebê, no choro que estava para vir. Meu esposo estava ansioso também. Um momento mágico para nós dois. Único. Especial. Sem palavras.
De repente o choro. A chegada linda e tão minha de mãe; doce e tão dele de pai. Nosso momento: meu e do meu esposo. Era a chegada do meu príncipe amado. A obstetra, no momento em que pegou o bebê, disse:
- O pai é loiro? (depois ela observou melhor e viu que era ruivo e não loiro)
Nesse momento, eu não aguentava mais de ansiedade para ver meu pequenino. Pensei "Deve ser bem branquinho e cabeludo". Então colocaram aquela riqueza ao meu lado só para eu vê-lo e para que ele me conhecesse. As lágrimas caiam. Que emoção! Lindo demais, chorava tanto! Vi que ele tinha poucos cabelos e não era cabeludo como eu imaginava durante a gestação. Achei demais meu bebê ser quase carequinha. Que fofo! Que surpresa! Ficamos menos de 1 minuto ali nos conhecendo (não deixaram meu esposo tirar foto na sala de cirurgia) A enfermeira o levou para pesar e limpar. Que emoção! Meu esposo foi junto com a enfermeira para tirar uma foto do filhote (nesse momento liberaram a foto). Chorão e coradinho, não nasceu inchado nem roxo e não tinha rosto de joelho. As enfermeiras ficaram extremamente apaixonadas por ele. Meu esposo, papai coruja, ficou encantado pelo nosso filho e logo quis compartilhar a novidade no facebook, postando um pequeno vídeo do bebê chorando (e como chorava!)
Fui levada para uma outra sala e de repente comecei a tremer muito (dizem ser normal por causa da anestesia) e a enfermeira colocou o meu ruivo no meu seio para ele aprender a mamar. Não deu certo nesse momento. Eu tremia demais, sentia muito frio e não tinha condições de ajudar. Era apenas uma primeira tentativa. Levaram meu pequeno para o berçário e eu fui para uma sala de recuperação (não lembro exatamente, mas acredito ter ficado lá por 1 hora ou mais). Um cobertor em cima de mim e aquela tremedeira que parecia não acabar.
Depois da recuperação, fui levada para o quarto e a enfermeira me orientou a tomar banho. Eu estava extremamente faminta mas só comeria dali alguns minutos. Tomei um banho com dificuldade... a barriga estava dolorida, não dava para abaixar nem fazer muitos movimentos. Queria tanto ver meu filhinho! Depois do banho, a refeição chegou, finalmente, e eu devorei tudo.
Meu convênio era simples e dividi o quarto com outra mãe, a Michelle. Ela tinha acabado de ganhar o Lucas, um bebê bonzinho de cabelos pretos e pele bem branquinha. Conversamos bastante e ela me deu várias dicas, já que ela não era marinheira de primeira viagem como eu (Michelle já tinha uma menina de 2 anos).
Meu bebê chegou alguns minutos depois do jantar e ficou comigo o tempo todo no quarto e eu trocava as fraldinhas dele. As enfermeiras só apareciam para dar banho nele e me ajudar durante a amamentação. (contarei detalhes sobre esses dias na maternidade, pós parto, no próximo post). Uma experiência maravilhosa, sem dúvidas!
Leia também as minhas lembranças da gestação: Parte I / Parte II / Parte III
Espero que tenham gostado!
Depois da recuperação, fui levada para o quarto e a enfermeira me orientou a tomar banho. Eu estava extremamente faminta mas só comeria dali alguns minutos. Tomei um banho com dificuldade... a barriga estava dolorida, não dava para abaixar nem fazer muitos movimentos. Queria tanto ver meu filhinho! Depois do banho, a refeição chegou, finalmente, e eu devorei tudo.
Meu convênio era simples e dividi o quarto com outra mãe, a Michelle. Ela tinha acabado de ganhar o Lucas, um bebê bonzinho de cabelos pretos e pele bem branquinha. Conversamos bastante e ela me deu várias dicas, já que ela não era marinheira de primeira viagem como eu (Michelle já tinha uma menina de 2 anos).
Meu bebê chegou alguns minutos depois do jantar e ficou comigo o tempo todo no quarto e eu trocava as fraldinhas dele. As enfermeiras só apareciam para dar banho nele e me ajudar durante a amamentação. (contarei detalhes sobre esses dias na maternidade, pós parto, no próximo post). Uma experiência maravilhosa, sem dúvidas!
Leia também as minhas lembranças da gestação: Parte I / Parte II / Parte III
Espero que tenham gostado!
Nossa Ana, ter um filho deve ser a coisa mais maravilhosa do mundo. Sem falar que ele é lindão ahah
ResponderExcluirMinha prima acabou de ter um baby lindo, o Dani, ela disse que depois que ele nasceu se sente invencível eheh ;D
Beijos, Pati
www.paticousseau.com
Olá, Pati! Adorei sua visitinha aqui. Obrigada pelo elogio ao meu ruivo. Ele eh a minha preciosidade, uma riqueza sem igual. Amo ser mãe. Um dia você vai entender como eh mágico. Super beijo, querida!!!
ExcluirNossa, mesmo depois de tanto tempo, você se lembrou de muitos detalhes!! Fiquei emocionada com a sua história!!
ResponderExcluirBeijinhos
Olá, Fernanda! Eu lembro como se fosse ontem. Passou tão rápido!!! Só eh uma pena eu não ter tirado fotos ou filmado o dia do parto. A maternidade marca a vida da mulher de modo incrível. Beijos
ExcluirMe emocionei ao ler suas lindas lembranças. A cada dia teno a certeza de que ser mãe é o que eu mais quero. Gerar e cuidar de um ser tão indefeso; poder sentir esse amor que, embora eu nunca tenha sentido, chega a não caber no peito.
ResponderExcluirParabéns pelo Igor!
beijos
http://jurodemindinho.blogspot.com.br
Olá, Laura! Obrigada pelas lindas palavras. Ser mãe eh algo divino, mágico e com certeza você vai adorar essa experiência. Felicidades para ti!!! Beijos
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