Mostrando postagens com marcador poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poesia. Mostrar todas as postagens

Playlist para um dia chuvoso

 


Prólogo: 

1) Primeiro - Lago dos cisnes de Tchaikovski com barulho de chuva na janela (abra cada áudio em uma janela diferente para ouvir os dois ao mesmo tempo)




2) Segundo - Nocturne de Chopin piano com barulho de chuva 




3) Terceiro - Clair de Lune de Debussy com barulho de chuva 



4) Quarto - O fantasma da ópera por Richard Clayderman com barulho de chuva   (abra cada áudio em uma janela diferente para ouvir os dois ao mesmo tempo)






Capítulo único                                                                    1) Barulho de temporal




Epílogo                                                                             1) Air de Bach com barulho água correndo  (abra cada áudio em uma janela diferente para ouvir os dois ao mesmo tempo)







2) Danúbio azul de Strauss 



3) Above all tocada na harpa por Megan Tibbits . Que linda poesia neste louvor! 



4) Above all de Michael W Smith no violão por Titus Major com canto de pássaros e água correndo  (abra cada áudio em uma janela diferente para ouvir os dois ao mesmo tempo)




 BÔNUS: 
❀Tradução de Above All (eu ouvia essa canção no início da minha conversão e ela tem um significado muito especial para mim): 


❀ Versão de Above All em Língua Portuguesa :


Presenteie a sua audição com essa experiência poética e sinestésica... Compartilhe com alguém que ama esse tipo de conteúdo. Espero que gostem! 💖

Análise do poema SONETO (teu riso esplêndido sonata) de Augusto dos Anjos (interpretação elaborada por Ana Paula Borges)


A breve análise do poema “Soneto” de Augusto dos Anjos é um olhar meu, atento à beleza destes versos, pensando docemente nas possíveis sugestões que as palavras revelam no texto. Não é uma interpretação muito técnica (posso um dia aperfeiçoá-la). Segue o poema para ser lido antes da minha visão :

O poema “Soneto” de Augusto dos Anjos é repleto de características simbolistas. Verifica-se, ao longo do texto, a associação da sinestesia, da musicalidade e dos sonhos com a subjetividade do eu lírico.

O eu lírico "vê", “sente” e "ouve" o riso da pessoa amada. É um riso que será cantado em forma de sonata, repleto de movimentos. Quais seriam as sensações provocadas no outro ao entrar em contato com esse riso?


Não é um riso comum. Ele é sobrenatural, já que existem anjos ali, encantados… O som que se ouve ao ver esse riso é doce, semelhante à prata soando e à vibração de mil cristais que se quebram. Faz estremecer, pulsa, palpita...

É um riso sobrenatural por ser bendito... Ele desprende, desata o nó dos apaixonados, provoca reações... Sugere que apreciar o riso da pessoa amada é tão suave como uma lira que, ao ouvi-la, poeticamente vai revelando sons dos próprios sonhos antigos que ele já sonhou um dia... Esse riso canta como um passarinho, leve e veloz ao mesmo tempo... A exclamação após a palavra “volata” indica forte emoção.


Essa situação vivida é como a aurora, uma coloração rosada que se assemelha a do amanhecer... O eu lírico enrubesce, ele nasce e renasce... os dias dele são claros, luminosos e risonhos por viver essa experiência. Ao beijar a pessoa amada, o eu lírico “sente” o riso dela e sonhos são avivados dentro dele...

É como se houvesse um desfalecimento, os sentidos e a razão fossem perdidos... Ele sente que toda a sua alma irá ao encontro dos beijos da amada e o coração dele palpita de alegria e emoção.


O riso musical metaforicamente produzido nesse poema primeiramente expõe algo (descreve o riso da amada), depois há um desenvolvimento, uma chamada para a ação (o ímpeto do eu lírico para agir) e, por fim, a catarse que é a consumação (um beijo que transcende).

Ao longo dessa “sonata” percebemos movimentos lentos, leves, graciosos, encantadores, líricos, enlouquecidos, brilhantes e velozes.

Espero que tenham gostado! Se sim, compartilhem para ajudar o blog!

Poema contendo intertextualidade

 



Intertextualidade com cantigas de roda 

1)

O anel de vidro 

(Manuel Bandeira)


Aquele pequenino anel que tu me deste,

- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou...

Assim também o eterno amor que prometeste,

- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.


Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,

Símbolo da afeição que o tempo aniquilou -

Aquele pequenino anel que tu me deste,

- Ai de mim - era de vidro e logo se quebrou...


Não me turbou, porém, o despeito que investe

Gritando maldições contra aquilo que amou.

De ti conservo na alma a saudade celeste...

Como também guardei o pó que me ficou

Daquele pequenino anel que tu me deste...

-------

2)

Na rua do sabão 

(Manuel Bandeira)


Cai cai balão Cai cai balão  Na Rua do Sabão!


O que custou arranjar aquele balãozinho de papel!  Quem fez foi o filho da lavadeira. Um que trabalha na composição do jornal e tosse muito.Comprou o papel de seda, cortou-o com amor, compôs os gomos oblongos... 


Depois ajustou o morrão de pez ao bocal de arame.


Ei-lo agora que sobe, - pequena coisa tocante na escuridão do céu. 

 Levou tempo para criar fôlego. Bambeava, tremia todo e mudava de cor.  A molecada da Rua do Sabão  Gritava com maldade:  Cai cai balão!


Subitamente, porém, entesou, enfunou-se e arrancou das mãos que o tenteavam. 


E foi subindo...                              para longe...                                                      serenamente...  Como se o enchesse o soprinho tísico do José.


Cai cai balão!

A molecada salteou-o com atiradeiras                          assobios                           apupos                          pedradas.

Cai cai balão!

Um senhor advertiu que os balões são proibidos pelas posturas municipais. 
 Ele foi subindo...                           muito serenamente...                                                               para muito longe...


Não caiu na Rua do Sabão.  Caiu muito longe... Caiu no mar - nas águas puras do mar alto.


------------
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...