[Divagações] Ventos que vem e vão



Eu poderia citar mil e um argumentos para mostrar que o vento que vai e vem me fortalece, mas quase ninguém acreditaria... "Como assim?" Choveriam perguntas do tipo. "O que o vento poderia te ensinar?" E eu digo: o vento poderia ser comparado às circunstâncias. Penso que cada segundo vivido é um professor particular para mim.  Na escola dos minutos que rodam apressadamente, vou acumulando bilhões de conhecimentos que chegam velozes no HD de minha memória.  Ventos e mais ventos que balanceiam os meus instintos, ventos que ora acalmam, ora atropelam as ideias. Como entender as dualidades que os ventos de mim mesma assopram em meus ouvidos?

Segundo o dicionário, o vento é o movimento do ar em grande quantidade. Já nos glossários da alma, o vento é o movimentar da vida que flui ininterruptamente. Não há pausa! E se houvesse um botão para pausar, o que você faria com esses hiatos? O tempo não para, como dizia Cazuza. Metralhadora repleta de mágoas??? Você é mais um em meio à multidão??? Dias sim, dias não??? Ideias que não correspondem aos fatos??? Pois é, com tantas informações e questionamentos, parece que o nosso HD vai explodir. E explode mesmo! É quando surtamos, chutamos o balde, enlouquecemos em meio às tempestades da vida, vociferamos para tudo e para todos, não aguentando mais as pressões que nos bombardeiam por todos os lados. Precisamos de muita paciência. Lenine já nos alertou sobre essa dádiva em sua canção. Ah, paciência, você é tão doce e, ao mesmo tempo, tão assustadora! Doce porque existe a possibilidade de enfrentarmos o caos da vida com  a alma mansa e melíflua. Não é fácil, mas é possível! Assustadora porque os ventos novos nos espantam e nos colocam cara a cara com a imprevisibilidade da vida. "Como ter paciência se os dias escorrem de minhas mãos?" Questão essa que assombra os seus pensamentos. "E agora?" Você se pergunta e eu me pergunto: "Posso escapar das agruras da vida?" A paciência é uma lição que muitos pularam nas escolas da vida, por isso ela assusta ao invés de adoçar o coração.

Ventos que vem e nos ensinam tanto no tempo presente, circunstâncias que não podem ser puladas porque fazem parte do nosso aprendizado constante... São momentos que, muitas vezes, não saboreamos com intensidade...  Medo? Pressa? Descaso com a própria vida? Impaciência?  Por que não valorizamos o agora?   Esses ventos vão embora porque é a hora do adeus, dando lugar a novos ventos... Novos ventos aparecem e são desvalorizados, vividos com a pressa de quem quer chegar no topo sem subir o primeiro degrau.  Desejamos uma vitória sem ter que suar a camisa... E quando suamos a camisa, não vislumbramos a vitória porque o cansaço faz adormecer os sonhos.  Por que não encaramos o suor da labuta com sorriso no rosto e brilho na alma?  Só serão fortalecidos aqueles que persistirem sem perder o encanto do ser ...

Convictos da impossibilidade de congelar os minutos, cada um caminha do jeito que consegue: alguns cambaleiam nas trilhas da vida, xingando as pedras que surgem, cuspindo no chão que pisam e torcendo para que o tempo presente desapareça logo... Outros escolhem dançar  ao invés de cambalear, cantam ao invés de xingar e bendizem as pedras que surgem porque sabem que lá na frente haverá a doce recompensa de quem luta sem se queixar.  Esses que dançam e sorriem apesar das agruras da vida, sabem que  lá na frente vislumbrarão as estrelas mais vibrantes porque se dispuseram a enfrentar as pedras no caminho com os sonhos embalados no corpo.



Esse post faz parte do projeto Escrita criativa um grupo que estimula a produção de textos criativos.

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